Antonio Gonçalves da Silva, nascido na Serra de Santana, Assaré/CE, em 05/03/1909, mais nordestino impossível. É PATATIVA DO ASSARÉ. Cego de um olho aos 4 anos; aos 8, com a morte do pai, passou a ajudar a família na agricultura de subsistência, mas já criava seus próprios versos que decorava para não perdê-los; aos 12, é alfabetizado na escola, por alguns meses; aos 16, sua mãe vende uma ovelha e lhe compra uma viola e passa a criar repentes; Por volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de "Patativa", por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave; declamou poemas na Rádio Araripe do Crato e, com ajuda de José Arraes de Alencar, em 1956, publicou seu 1° livro "Inspiração Nordestina". Um dos mais conhecidos é o livro "Cante lá que eu canto cá", de 1978. Ganhou 5 vezes o título de Doutor Honoris Causa, inclusive da UFC e UECE. Gravou em discos seus poemas em 2 LPs e 2 CDs.
Seus poemas foram musicados e gravados por artistas de projeção. Seguem alguns exemplos:
- "Triste Partida" (1964) por Luiz Gonzaga;
- "Vida Sertaneja", por Fágner (1979) e Daúde (1995);
- "Vaca Estrela, Boi Fubá", por Fágner (1980), Rolando Boldrin (1981), Luiz Gonzaga & Fágner (1984), Pena Branca & Xavantinho (1987), Cláudio Nucci (1995), Sérgio Reis (1997) etc.
- "Sina" (1997) por Simone Guimarães
- "Festa da Natureza" (2002) por Gereba
Em 2007, o cineasta Rosemberg Cariry lançou o documentário "Patativa do Assaré - Ave Poesia", (cartaz na foto central) que dando ènfase à relevância dos seus poemas e ao significado político dos seus atos, mostra a imagem pública do poeta, mas também aspectos privados do seu trabalho na roça e do cotidiano com a família e os amigos.
O poeta e repentista dusbons Patativa fez sua passagem no dia 08/07/2002, aos 93 anos, em sua cidade natal. Um homem simples que conseguiu registrar sua estadia na Terra, com sua Arte. Se estivesse neste plano, estaria completando hoje 100 anos de existência.
DETALHE: Cearense de Farias Brito, Rosemberg Cariry também escreveu, produziu e dirigiu o longa "Corisco & Dadá" (1996), interpretado por Chico Diaz (o mexicano mais nordestino possível) e a paraense Dira Paes. O filme teve trilha sonora de Toinho Alves e Quinteto Violado, com fotografia de Ronaldo Nunes.
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