sexta-feira, 31 de outubro de 2008

É preciso saber dizer NÃO

Durante o episódio do sequestro da jovem Eloá, fiz-me alienado, tal o absurdo que vi sobre a forma como o Estado permitiu a intervenção da imprensa - que na minha opinião teve uma grande parcela de responsabilidade pelo trágico desfecho, em nome da audiência (porque a maioria de nós gostamos do que é trágico). Recebi um texto que seria de uma professora de Psicologia, Maria Isabel, e que teria sido publicado no "Jornal do Brasil". Seja dela ou não, concordo com quase tudo que o(a) autor(a) disse. Fez-me muito sentido o seguinte texto dusbons:
"Criando um Monstro

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?
O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela NÃO quis falar comigo'.
A garota disse: "NÃO, NÃO quero mais falar com você".
E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um NÃO. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.
Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo,
pensei que o NÃO da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros NÃOS nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.
Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador converssasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse NÃO nessa história foi punida com uma bala na cabeça.
O mundo está carente de NÃOS.
Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer NÃO às crianças.
Mulheres ainda têm medo de dizer NÃO aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer NÃO às esposas ).
Pessoas têm medo de dizer NÃO aos amigos.
Noras que não conseguem dizer NÃO às sogras.
Chefes que não dizem NÃO aos subordinados.
Gente que não consegue dizer NÃO aos próprios desejos.

E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um NÃO, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco.
Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'NÃO posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:
Não, você não pode bater no seu amiguinho.
Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.
Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro NÃO que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.
Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário.
Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe,
um tapa, um castigo, um NÃO. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns NÃOS de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso.
Acaba aprendendo que é importante dizer NÃO a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O NÃO protege, ensina e prepara.
Por mais que seja difícil, eu tento dizer NÃO aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os NÃOS que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias."

* A foto acima é do blog "Você sabe que eu não sei dizer não", do jovem Pedro Guerra. Eis o link.
** Só não concordei com "um tapa", mas não tira o brilhantismo do texto.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

"O MUNDO DE SOFIA", em DVD duplo

Se você leu o livro "O Mundo de Sofia" , best-seller internacional de Jostein Gaarder, que vendeu mais de 20 milhões de livros ao redor do mundo e foi traduzido para mais de 40 idiomas e gostou de ter tido uma boa introdução à FiloSOFIA, eis uma dica dasboas: na próxima Quarta-feira, dia 05/11, a distribuidora Versátil lançará no Brasil a versão integral em DVD duplo de O MUNDO DE SOFIA, minissérie norueguesa, com 200min de duração, produzida em 2000, em widescreen e legendada em português.

Às vésperas de completar 15 anos, Sofia Amundsen recebe mensagens anônimas com perguntas intrigantes, como "quem é você?" e "de onde vem o mundo?". A partir dessas mensagens, ela se torna aluna do misterioso Alberto Knox, que a acompanha em uma fascinante jornada pela história da Filosofia, de Sócrates até os dias de hoje, passando pela Idade Média, o Iluminismo, a Revolução Francesa e a Revolução Russa.

Como o livro no qual se baseia, a minissérie O MUNDO DE SOFIA é uma introdução inteligente e divertida à história da Filosofia, recomendada a todos que têm paixão pelo conhecimento.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Em tormentas e tempestades: "Papai está ao leme!"

Em 1925, o filósofo, educador e teólogo catarinense HUBERTO ROHDEN (1893 – 1981) havia obtido autorização de seus superiores eclesiásticos, para estudar seu 2º ano de noviciado, formando-se em Filosofia, na austríaca Universidade de Innsbruck. A longa e monótona travessia durou 3 semanas, do Rio de Janeiro a Bremen, a bordo do vapor Weser. Após fazer escalas em Tenerife nas Ilhas Canárias, Lisboa e Porto, Rohden narra como a monotonia foi quebrada:
“...No dia seguinte, madrugada da Páscoa, fomos colhidos no golfo de Biscaia, por uma tempestade que zomba de toda descrição e que, por um triz, no entender dos passageiros, teria dado conosco nas profundezas do mar. Logo ao clarear do dia, percebemos que as 16.000 toneladas do nosso Weser corcoveavam doidamente sobre as movediças montanhas d´água, ou desciam, gorgolejantes, a enormes vales líquidos, ora empinando a quilha às nuvens, ora erguendo hélices e leme fora d´água e sacudindo ruidosamente aquele monstro de ferro, feito ridícula casquinha de noz, à mercê dos elementos em fúria. Os uivos sinistros da procela, o fero bramido das vagas brancas, o agudo sibilar da ventania através de mastros e cordames, os roncos cavos das chaminés, o soturno ranger das máquinas do porão com pressão máxima – tudo isto convertia num inferno macabro a nossa ilha flutuante.
Como são frágeis, em face das potências da Natureza, as mais possantes obras da técnica humana!

Desde pequeno, sempre gostei de tempestades, de chuvas torrenciais, de relâmpagos e trovões...Algo de grandioso despertava dentro de mim, no meio das grandiosidades da Natureza...Que estranha afinidade haveria entre o microcosmo do meu Eu humano e o macrocosmo desse estupendo Universo?... “Gefaehrlich leben” (Viver perigosamente), disse Nietzsche, é a mais fascinante essência da vida humana, o inebriante elixir duma existência intensamente vivida...
Para melhor apreciar o grandioso espetáculo, subi à ponte de comando – mas logo fui apanhado por uma catadupa salgada, que me arrojou ao interior da casinha do piloto, defendida por maciças paredes de vidro.

No meio da quase total deserção dos passageiros, que se refugiavam às cabines, encontrei no convés um garotinho de 5 a 6 anos, a contemplar tranquilamente a tormenta desfeita e trauteando, à meia voz, um liedchen (canção); de vez em quando, dirigia pilhérias ao mar, como se se tratasse de um gatinho travesso. Perguntei-lhe se não tinha medo dessa imensa barulhada.

- Nein - respondeu o menino em tom marcial - Papa ist am Steuer (Não. Papai está ao leme).

Era o filho do primeiro piloto.
Pareceu-me que essa criança, calma e tranqüila, em meio da procela, fosse
a personificação da fé e da confiança do homem que, por entre as tempestades da vida, confia integralmente na Providência de Deus. Para esse cachopinho, o pai era onipotente; ao lado do pai sentia-se ele perfeitamente seguro; podia até cantar despreocupado e desafiar os elementos adversos. “Papai está ao leme” era para esse menino a mais completa profissão de fé num poder invencível...”

Esta narrativa dasboas de Rohden, sobre fé e confiança na Providência Universal está contida no Volume I de suas memórias autobiográficas ”POR UM IDEALo que por ele vivi e sofri em meio século” (Ed. Martin Claret - 1993 - 249p). Sinto que, por causa de exemplos como o do garotinho, é que Jesus disse: “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus”.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Entendendo os mitos, com Joseph Campbell


No dia 30/10/1987, há exatos 21 anos, partia de Honolulu, capital do Havaí/EUA, aos 83 anos de idade, o novaiorquino JOSEPH John CAMPBELL. Considerado como um dos maiores mitólogos do Século XX, nasceu no dia 26/03/1904, e graduou-se em Literatura Inglesa e se formou mestre em Literatura Medieval, na Universidade de Columbia. Em 1927, foi estudar Francês antigo na Universidade de Paris e Sânscrito na Universidade de Munique, onde aprendeu a falar com fluência o francês e o alemão. Campbell foi pesquisador, professor e escritor que considerava a mitologia o canto do universo, a música da imaginação inspirada nas energias do corpo e a ela se dedicou durante toda sua vida.

O seu interesse pela mitologia foi despertado na primeira infância, quando seu pai o levou para ver um espetáculo de Bufallo Bill denominado Wild West Show. Ficou fascinado ao visitar o Museu de História Natural de Nova York, onde viu as estacas totêmicas e as máscaras dos índios.

Publicou dezenas de livros. Entre os mais conhecidos estão “O Herói de Mil Faces” (1949) e os 4 volumes de “As Máscaras de Deus”, onde discorre sobre as mitologias primitiva, oriental, ocidental e criativa. Campbell aliou história, religião, filosofia, psicologia, arte e cinema, criando um dos mais relevantes estudos de nossa época: a importância dos mitos na existência humana.

Para quem quiser se introduzir admirável e mansamente na fantástica cultura de Campbell, a dica dasboas é conhecer "O PODER DO MITO", uma entrevista que Campbell, poucos meses antes de deixar a Terra, concedeu a Bill Moyers, jornalista da PBS (um canal da rede pública norte-americana), no rancho do cineasta George "Star Wars" Lucas, numa brilhante combinação de sabedoria e humor. O casamento, os nascimentos virginais, a trajetória do herói, o sacrifício ritual e até os personagens heróicos do filme "Guerra nas Estrelas" são aqui tratados de modo original. Campbell afirmava que os mitos passados nos ajudam a compreender o presente e a nós mesmos.

"O Poder do Mito" pode ser encontrado em livro. ricamente ilustrado em papel couchê (Ed. Palas Athena, 242 pág. - 25ª edição) e em formato de DVD duplo (Log On/Cultura Marcas, 354min, divididos em 6 temas) - ver capas acima.

"Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivo...' - JOSEPH CAMPBELL

domingo, 26 de outubro de 2008

Um livro cheio de Vida sobre a morte e o morrer


A dica dasboas de hoje é o livro "A RODA DA VIDA - Memórias do Viver e do Morrer" (The Wheel of Life – 1997 – Ed. Sextante – 313p), da Drª. ELISABETH KüBLER-ROSS, psiquiatra que chegou até nós por Zurique/Suiça em 1926 e partiu do Arizona/EUA, em 2004. O livro é sua autobiografia que se lê como um romance. Nele, a autora conta como começou sua (com)paixão desenvolvida junto aos pacientes fora de possibilidades de cura terapêutica – nome mais suave mais para os “pacientes terminais”. Tornou-se internacionalmente famosa com o lançamento do livro “Sobre a Morte e o Morrer”, em 1969, onde, baseado nas suas experiências clínicas, identificou 5 discretos estágios pelos quais as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. O modelo dos estágios se popularizaram e se tornaram conhecidos como “Os Cinco Estágios do Luto (ou da Dor da Morte ou da Perspectiva da Morte)".

Os estágios são:

01. Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."

02. Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."

03. Negociação: "Deixe-me viver apenas até meus filhos crescerem."

04. Depressão: "Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?"

05. Aceitação: "Tudo vai acabar bem."

Kübler-Ross originalmente aplicou estes estágios para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido e até o divórcio. Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem são todos experimentados por todos os pacientes, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.

Escrita com franqueza e entusiasmo, a história de Kübler-Ross é uma aventura do coração, vigorosa, inspiradora, um legado à altura de uma vida extraordinária. Eis alguns trechos do capítulo final:

"...Todas as pessoas vêm da mesma fonte e retornam à mesma fonte.

Todos precisamos aprender a amar e ser amados incondicionalmente.

Todas as dificuldades por que passamos na vida, todas as tribulações e pesadelos, todas as coisas que vemos como castigo de Deus, são na realidade como dádivas. São uma oportunidade para crescer, que é a única finalidade da vida.

Não podemos amar o mundo sem nos amarmos primeiro.

Devemos viver verdadeiramente até a hora da morte.

Ninguém morre sozinho.

Todos são amados além do que são capazes de compreender.

Todos são abençoados e guiados.

É muito importante que você faça apenas aquilo que gosta de fazer. Pode ser pobre, pode estar passando fome, pode estar morando num lugar miserável, mas estará vivendo integralmente. E, no fim de seus dias, abençoará sua vida porque fez o que veio fazer no mundo.

A lição mais difícil a aprender é o amor incondicional..."

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Khrystal no Kukukaya

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A cantora potiguar Khrystal apresenta-se pela terceira vez na cidade, mostrando sua MPB com influências nordestinas e rockeiras

Em noite que terá ainda, Otílio Moura, Oswaldinho do Ceará e Bob Araújo, a potiguar Khrystal leva sua MPB-rock nordestina ao Kukukaya

Acompanhada por Ricardo Baya (viola de 12 e violão), José Pontes (contrabaixo), Kleber Moreira (percussão), a cantora potiguar Khrystal volta à cidade, onde se apresentou em setembro do ano passado, no Centro Cultural Banco do Nordeste, e em janeiro, no projeto BNB Clube de Cultura. Agora, ela e sua banda ocupam o palco do Espaço Cultural Kukukaya, em noitada que terá ainda o forró pé-de-serra de Bob Araújo, Otílio Moura e Oswaldinho do Ceará.
“Eu amei o show, a platéia foi muito receptiva, nosso repertório é totalmente lado B, então a gente sabe que a música não é popular mais, a gente sabe que a galera reconhece isso. É lado B, mas como tem m uitos ritmos nordestinos, a gente nota que todos gostam muito”, diz, de Mossoró, por telefone, onde estava fazendo shows.
“Natal é o canto onde eu me escoro, passo o ano todo no meio do mundo, bem mambembe mesmo. Natal é pra descansar. Ainda é uma cidade muito calma”, diz, informando que ainda não fez o show que queria no sempre atento Festival Mada. “Fiz apenas um tributo a Elino Julião. Eles precisam abrir um pouco os olhos pra produção. Tem que trazer a galera mesmo, mas tem que rolar as pessoas locais. Este ano, felizmente, levaram a Rosa de Pedra, de Natal, uma turma bem mais ligada no mangue beat, até mais do que eu, mas acho que esse show ainda vai rolar”. E de Fortaleza, conhece alguém? “Tô meio por fora”, admite.

Som orgânico
Vem cá, não faltam os elementos elétricos e eletrônicos do disco de estréia, lançado no meio do ano passado? “No disco tem, mas para show de estrada, eu acho que não seria legal nada eletrônico. Gosto muito de ouvir no disco e isso ser alterado, acabo oferecendo duas histórias, uma sonoridade na estrada que vai mudando junto com as outras histórias. Mas nunca quis colocar nada eletrônico no show, a gente queria um som mais cru”, explica.
Do empolgante disco de estréia, o repertório do show mantém a faixa título, “Coisa de Preto” (Khrystal e Tertuliano Alves), “Sete Meninas” (coco de Dominguinhos e Toinho Alves, do Quinteto Violado, recentemente falecido), “aquilo era um trabalho muito invocado, aqueles solos de viola em Acauã, são de uma beleza”, ressalta. E tem ainda “Coco do Norte” (Rosil Cavalcante, gravado por Jackson do Pandeiro) e “Coco do M” (Jacinto Silva), “conheci com a versão do Silvério Pessoa, com quem me identifico pela diversão com a música”.
A seleção já dá uma idéia do que nos espera no show de Khystal. “Quero trazer este povo de moral mesmo, com um trabalho de fé, que traz à tona, no meio de tanta modernidade, uma pessoa simples como Jacinto Silva, Elino Julião, Gordurinha, Ari Lobo, Xangai”. Entram também referências mais contemporâneas. “Lenine pra mim é um papa”, diz, lembrando que gravou do pernambucano “Coco da Mãe do Mar”.
A noite terá ainda “Carcará” (João do Vale) e “A Ordem é Samba” (Jackson Pandeiro e Severino Ramos, potiguar de Caicó). E o violeiro Ricardo Baia: “Zona Norte, Zona Sul”, “Sotaque” e, em parceria com o baixista, “Potiguaras Guaranis”. “São músicas muito ligadas ao regional, apesar de ter uma pegada muito rock”.

Rock
“Acho que sou uma nordestina bem rockeira. Meu som naturalmente foi se encaminhando pra isso, essa coisa de contar as histórias, como cronista, mas com uma pegada pesada. Os tropicalistas abriram esse caminho e o Mangue Bit deu continuidade. Sou duma geração Mangue Bit, mas não sei o que sou, a música está caminhando para uma coisa sem nome, que é tudo e não é nada, a gente fica meio limitado arrumando nome para as coisas”, aponta.

Mais informações:
Shows com a cantora Khrystal e os forrozeiro Otílio Moura, Oswaldinho do Ceará e Bob Araújo. Hoje, a partir de 19h, no Kukukaya (Av. Pontes Vieira, 55) Informações: 85 3227.5661/3247.1658 gonzagueando@hotmail.com ou kukukayabarcultural@hotmail.com

A matéria é do repórter Henrique Nunes e está no Jornal Diário do Nordeste, edição de hoje. Portanto, nesta Sexta-feira, cedinho da noite, às 20h, Khrystal nos dará o prazer de pisar no palco do Kukukaya, com seu trio. Depois dela, virá o dançante forró pé-de-serra.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Cantora com a cara do Brasil: KHRYSTAL

Há mais de 2 anos que, na acolhedora cidade de Natal, tivemos a graça de conhecer pessoalmente uma Artista que muito nos impressionou.

Nesta semana, os fortalezenses teremos 2 chances de assistir e conhecer a cantora KHRYSTAL, que está vindo de Mossoró (onde estará fazendo 5 shows de 21 a 23/10), em mais uma turnê pelo Nordeste.

A primeira oportunidade será nesta próxima Quinta-feira, 23, às 19h30min, no Centro Cultural Banco do Nordeste, com entrada gratuita, como parte da "II Mostra BNB da Canção Brasileira Independente". Nesta noite, também se apresentará o cantor cearense Humberto Pinho, a partir das 18h. Portanto, a dica musical dasboas é chegar cedo prestigiar o talento local e em seguida se dar a oportunidade de se emocionar assistindo à apresentação da maior estrela musical potiguar da atualidade: a natalense Khrystal Glaydes Saraiva Santos.

A segunda será na noite seguinte, às 20h, no Kukukaya, que está apresentando o "Projeto Gonzagueando" (menção feita ao forró do Gonzagão e à MPB de Gonzaguinha). Com ingresso acessível, o Projeto inicia às 19h, com uma atração artística local e às 20h pisa no palco um artista de circulação nacional e, após as 22h30min, começa o tradicional forró pé-de-serra.

Com seu repertório eclético em prol da diversidade da MPB, Khrystal começará com a música "Baioque" (mistura do baião com o rock, composta por Chico Buarque e gravada por Maria Bethânia, em 1972) e costuma encerrar com "A Cara do Brasil', de Celso Viáfora e Vicente Barreto e gravada por Ney Matogrosso, em 1999). Estará acompanhada com um novo formato de banda: o trio formado por Ricardo Baya (violão de 12 e guitarra), José Fontes (baixo) e Kleber Moreira (percussões). Além de cantar com postura profissional, Khrystal ainda toca pandeiro, violão e guitarra com precisão cirúrgica. Nestes shows, ela passeará por Caetano Veloso, Chico César, Lenine, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Jacinto Silva, Cátia de França e por compositores potiguares como Elino Julião. Cantará também músicas de seu 1° CD cujo destaque é o autoral samba, com pitadas de rock e funk, "COISA DE PRETO", que dá nome ao disco, lançado em Maio/2007, no qual Khrystal dedicou-se a divulgar o COCO, ritmo nordestino dançante e contagiante e que somente uma cantora dasboas consegue segurar sua métrica e por exigir muito de quem canta. Khrystal ainda cantará músicas inéditas que farão parte de seu 2º disco "DE CONTENTE". Ela contribui para nos fazer lembrar de um Brasil rico musicalmente, mas ainda desprezado pela mídia. Contudo, conseguiu furar o bloqueio da mesmice e já esteve na TV Cultura, nos programas "Viola Minha Viola",, de Inezita Barroso e no "Sr. Brasil", de Rolando Boldrin (onde se apresentou com Guinga ao violão) e no "Destino Brasil" de Pedro Luís (o dA Parede), no Canal Brasil da Globosat. Khrystal ainda recebeu rasgados elogios, publicados no carioca Jornal do Brasil, feitos pelo respeitado crítico musical Tárik de Souza. O baiano Xangai, o pernambucano Silvério Pessoa, o paraibano Chico César e o maranhense Zeca Baleiro são alguns dos artistas que a conheceram e ficaram impressionados com a cantoria khrystalina.

Garanto a todos que esta "baixinha" - de 27 anos de idade, sendo 8 de carreira - canta como gente grande. No palco, se agiganta. Ao "ouvê-la", sinto-me positivamente ligado à suavidade e precisão de Elis Regina, à atitude e ao vigor de Cássia Eller e à nordestinidade de Marinês. Khrystal está com data marcada para se expandir, pela honestidade e coerência artísticas. É talento e energia demais. Emociona todo aquele que é sensível à Música de qualidade e dasboas. Só presenciando para crer.

QUINTA 23, às 19h30min: no teatro de 120 lugares do Centro Cultural Banco do Nordeste - Rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - Tel.: 3464.3108

SEXTA 24, às 20h: Kukukaya - Av. Pontes Vieira, 55 - Tauape - Informações: 3227.5661/3247.1658 - com espaço para mais de mil pessoas dançarem.

Visite Khrystal no MySpace. Se tiver apressado, indico ouvir sua música "Coisa de Preto". Se tiver mais um tempinho, confira a interpretação feita de "Cobra Criada", de Paulo Emílio e João Bosco e gravada por Elis Regina, no Montreux Jazz Festival, 1982. E tire suas próprias conclusões.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Outubro, mês de Francesco di Assisi

No dia 03/10/1226, morria o corpo de um homem santo e dusbons: FRANCISCO DE ASSIS, fundador da "Ordem dos Frades Menores", conhecidos estes como Franciscanos. Foi sepultado, no dia seguinte, no sub-solo da Igreja de São Jorge, na italiana cidade de Assis, local visitado, até hoje, por turistas de todo o mundo que sentem um clima de inesquecível e profunda espiritualidade, a ponto de, ao voltarem para seus países de origem, dizerem poder fazer uma conexão mais rápida com a espiritualidade fransciscana, só em lembrarem da doce energia contida naquela cripta. Hoje, Francisco é um Espírito reverenciado por uma imensa gama de religiosos, das mais diversas expressões, por causa de sua mensagem e, acima de tudo, de seu exemplo na construção de um mundo mais amoroso, pacífico e de respeito à Natureza.

Enquanto não for possível estar frente ao túmulo de Francisco, em Assis, podemos refletir sobre a maneira da presença dele, entre nós, assistindo a um filme dusbons: "IRMÃO SOL, IRMÃ LUA" (Brother Sun, Sister Moon - 1972), uma produção anglo-italiana, totalmente rodada na Itália (em especial na região da Umbria), pelo cineasta italiano Franco Zeffirelli (1923-), que dirigiu atores do Reino Unido (em sua maioria), sendo este o motivo do idioma original do filme ser a língua inglêsa. Como se não bastassem as passagens que nos levam a refletir sobre apego/desapego, orgulho/humildade, egoísmo/altruísmo, ódio/amor, o filme ainda conta com a belíssima música original do italiano Riz Ortolani, com canções interpretadas, em inglês, pelo escocês Donovan, conhecido por suas músicas folk.

Detalhes: No Brasil, há duas versões deste mesmo filme em DVD: uma da Paramount (capa acima), em widescreen, falado em inglês, com opção de áudio em português, com duração de 121min; a outra da Versátil, em tela cheia, dublado apenas em italiano, com legendas em português e com duração de 128min, com músicas cantadas em italiano pelo romano Claudio Baglioni, com novos arranjos do Riz Ortolani.

Ainda há outros filmes sobre Francisco em DVD: o italiano "O Santo dos Pobrezinhos" (Silver Screen -1950) de Roberto Rosselini, em P&B; o americano, rodado na Itália, "São Francisco de Assis" (Fox -1961), de Michael Curtiz; o ítalo-germânico "Francesco" (Versátil -1989), de Liliana Cavani e estrelado por Mickey Rourke e Helen Bonham Carter; e o documentário americano "Francisco - o Santo Relutante" (Versátil - 2003).

Que a causa fransciscana - que é a mesma do Cristo - possa inspirar nosso Eu Superior, sempre!

Viver relacionando-se, amorosamente

Se você está sozinho(a), mas deseja encontrar alguém com quem possa se relacionar amorosamente; se deseja viver seus relacionamentos com mais intimidade, plenitude e alegria; se está empenhado(a) em recuperar a auto-estima e descobrir a pessoa maravilhosa que vive no seu íntimo; e, não importa o caminho escolhido, se está em busca do amor, este livro foi escrito prá você.

"FALANDO DE AMOR - Um caminho para a cura dos seus relacionamentos" (2003 - Ed. Pensamento - 108p + 60 cartas) é o 2° LIVRO de autoria da psicóloga Patrícia Gebrim e ajuda-nos a acreditar que já possuímos, dentro de nós, tudo o que buscamos tão ansiosamente nos relacionamentos. O livro nos desafia a caminhar na direção da vida e dos relacionamentos, a correr riscos, apesar das incertezas, confiando que a própria experiência nos trará a cada instante as indicações necessárias para nossos próximos passos na direção do amor. Com toda leveza, simples e profundo, este livro dusbons tem por objetivo lembrar da nossa capacidade inerente para amar e pode ajudar você a abrir o coração e a viver seus relacionamentos de uma forma muito mais plena e verdadeira.

Eis algumas passagens (literalmente, porque podem lhe levar de um lugar a outro, dentro de si mesmo) interessantes:
"O amor já está aí...agora mesmo...dentro de você!"
"Não adianta sair pelo mundo à procura de alguém, se você ainda não encontrou a si mesmo."
"A vida não é algo que se possa controlar"
"Abrir mão do controle não significa ter que aceitar tudo e ponto final!"
"Precisamos aprender a nos aceitar como somos."
"O amor não se trata de duas metades iguais que se reencontram. Só quando nos aceitamos inteiros e únicos é que podemos, de fato, amar."
"Liberte-se, arrisque, acredite em você, permita-se sentir, expresse sua verdade, sonhe e agradeça pelo amor que existe em sua vida."

Clique aqui , leia os títulos e selecione "aquele" texto que está procurando para melhor inspirar e enriquecer suas escolhas na vida.