Nesta Segunda 11, há 28 anos fazia sua
passagem o compositor e cantor jamaicano BOB MARLEY. Filho de uma mãe solteira adolescente, com um oficial da marinha britânica, Marley saiu do Norte da ilha e foi prá capital Kingston morar em Trenchtown - onde casas eram construídas sobre valas de esgoto. Com o grupo vocal The Wailers (junto Peter Tosh e Bunny Wailer), em Abril e Novembro de 1973, gravou 2 discos, respectivamente: "Catch a Fire" e "Burnin'", onde há a emblemática música "Get Up, Stand Up", que ao longo de um único acorde menor, mas com um groove baixo insinuante de Aston Barret, os Wailers cantam: "LEVANTE, RESISTA: LUTE PELOS SEUS DIREITOS!, VAMOS LUTAR POR NOSSOS DIREITOS!". A divulgação e conscientização dos direitos humanos era uma tônica nas mensagens de Marley.
Em Agosto/1974, Eric Clapton regrava, de Marley, "I Shot the Sheriff", que virou sucesso mundial. Em Novembro do mesmo ano, gravou "No Woman, No Cry", que posteriormente ganhou bela versão de Gilberto Gil, em 1979, "Não Chore Mais".
Em 1978, a ONU agracia Marley com a "Medalha da Paz".
Em Setembro/1980, Bob desmaia fazendo cooper em New York City. É constatado tumor cerebral, metástase de um câncer de pele que começou em um dos dedos do pé, 3 anos antes e que não fora devidamente tratado. No dia 11/05/1981, o jovem Bob, com 36 anos, morria em um hospital em Miami/EUA. Em 2000, a revista Time elege "Exodus" (1977) como o álbum do século. A revista Rolling Stones, em 2004, classifica Marley em 11°, na sua lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos. Em 2004, “One Love” é considerada a canção do milênio pela BBC e Marley é votado como um dos maiores letristas de todos os tempos por uma enquete da BBC. O reggae de Bob está nas trilhas de filmes desde 1977, bem como nos mais recentes "Em Nome do Pai" (Irlanda-1993), "O Ódio" (França-1997), "Eu Sou a Lenda" (EUA-2007)"Ligeiramente Grávidos (EUA-2007), "Segurando as Pontas" (EUA-2008) etc.
Há quem diga que o reggae é uma música repetitiva e fácil de tocar. Prá quem pensa assim, procure ouvir pelo menos as coletâneas de Bob Marley & The Wailers e das bandas Third World e Steel Pulse e constatará que há o criativo "Reggae" e o "reggae" mal-feito, repetitivo. Nacionalmente, Gilberto Gil (com os baixos de Liminha e Rubão Sabino) faz um reggae brasileiro de excelente nível. No Nordeste, gosto da banda maranhense Tribo de Jah; em Fortaleza, da Rebel Lion Reggae Band, que liderada pelo tecladista Gianni, compõe nos mais variados estilos do autêntico reggae jamaicano.
Bob Marley sabia fazer boas composições, criar melodias e também foi auxiliado pelos irmãos Barret que faziam a cozinha rítmica baixo-bateria - Aston e Carlton, respectivamente. Eis o segredo do reggae dusbons: boas melodias e criativas linhas de baixo, secundadas pela suingada bateria.
O fato é que um artista do apontado Terceiro Mundo conseguiu criar um ritmo e lançá-lo mundialmente, a partir da desaceleração do Ska e da aceleração do R&B americano. Bob Marley está para o reggae, como Tom Jobim está para a bossa nova, que foi uma espécie de suavização do samba e inclusão dos acordes do jazz americano. Na verdade, o reggae é um ritmo dusbons mesmo é prá se dançar. É impossível não mexer o corpo ao senti-lo.
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